quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Meios de comunicação do país ainda não incorporaram negros

Marcelo Pellegrini, da Agência USP
A baixa participação da população negra nas programações e propagandas veiculadas nos grandes meios de comunicação de massa no Brasil podem significar menores oportunidades de trabalho e alimentar um preconceito racial velado no país, aponta estudo realizado na Faculdade de Direito (FD) da USP. Para o pesquisador Osmar Teixeira Gaspar, responsável pelo trabalho, “ter visibilidade acarreta algumas possibilidades ao longo da vida e a falta dela também pode criar um ideário popular de que determinadas funções devem ser ocupadas por determinados esteriótipos”.
Segundo o pesquisador todo material publicitário atualmente ainda é feito com um recorte racial, assim como algumas telenovelas. “Você raramente vê algum médico ou cientista negro nas telenovelas, isso faz um garoto negro pensar que, devido à sua cor, jamais poderá participar daquele universo branco e exercer aquelas funções. Esta censura midiática desperdiça e marginaliza talentos”, afirma Gaspar. “Isso não incentiva negros a almejar determinadas profissões.”
Com isso, o estudo de mestrado desenvolvido por Gaspar busca traçar como o conteúdo dos veículos de comunicação de massa e seus personagens fatalmente refletem no mercado de trabalho, por meio da análise das telenovelas das emissoras Globo, SBT e Record, no período de 2005 a 2010, e de revistas impressas. “Nas peças publicitárias ou nos comerciais de televisão, os elementos negros ou estão no fundo da cena ou não tem voz”, relata o pesquisador.
O estudo examinou algumas revistas impressas brasileiras – como Elle, Sou+Eu, Manequim, Claudia, Vogue Brasil, TPM entre outras – e apontou que as mulheres brancas aparecem nessas publicações 94,08% das vezes contra apenas 6,081% das mulheres negras. De acordo com o pesquisador, isso é um dos exemplos de como a ausência ou a discriminação da população negra nos veículos de massa refletem nas oportunidades profissionais. “As agências publicitárias pouco fazem uso de modelos afrodescendentes, o que não é justificável, pois as classes C e D do Brasil, onde se encontram a maioria da população negra, são um grande mercado consumidor”, infere Gaspar.
Representatividade
Após anos de escravidão e influências europeias sob território tupiniquim, a ausência das populações negras nos palcos decisórios, de debate e de poder na sociedade brasileira se tornou algo natural, defende o pesquisador. “Parte dos próprios negros se acostumaram com sua ausência e naturalizaram a ideia”, afirma.
Segundo o pesquisador, um veículo de comunicação de massa participa das decisões e dos processos de construção de uma sociedade. Por isso, um veículo de massa traz poder às pessoas que o possuem ou que fazem parte de sua programação e “atualmente, não há interesse que a população negra alcance esse poder e tenha voz para fomentar seus avanços sociais”.
Por fim, Gaspar ressalta que deve-se apenas defender a Constituição Federal. “Nossa Constituição não hierarquiza e tampouco admite qualquer tipo de censura aos brasileiros em razão de seu fenótipo. Ao contrário, ela lhes assegura o direito de gozarem das mesmas oportunidades, representatividade e visibilidade”, diz.
Contudo, segundo o pesquisador, é necessário que o Estado brasileiro implemente políticas públicas que efetivamente democratizem e assegurarem o acesso e a inserção desta população negra aos meios de comunicação de massa, de forma proporcional à sua representatividade dentro da sociedade brasileira. “Entendo que a televisão comercial deve ser lucrativa, mas por outro lado, não se pode desvalorizar o ser humano. A TV deve e pode investir em uma grade de programação plural que aborde diversos aspectos culturais do Brasil e das etnias que compõem nossa sociedade”, conclui.
(Agência USP)

Religiões de matrizes africana e afro-indígenas

Curso prepara sacerdotes e sacerdotisas para serem reconhecidos como teólogos e teólogas
 
Considerados como analfabetos,charlatães e curandeiros, estas duas práticas tipificadas como crimes no antigocódigo penal,criminalização que pode recrudescer caso seja aprovado o teor comose encontra no Senado o projeto de Lei nº 268, de 2002 que dispõe sobre oexercício da medicina, os sacerdotes e sacerdotisas da religião de matrizafricana e afro-indígena podem não ser beneficiados pelo projeto de Lei que tramita no Congresso Nacional que dispõe sobre o exercício e regulamentação daprofissão de teólogo no Brasil.

O projeto nº 114, de 2005 deautoria do Bispo Marcelo Crivella da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) eSenador da República reeleito, passou pela última tramitação em 06/05/2010encontrando-se atualmente na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do SenadoFederal com a relatora da matéria Senadora Marisa Serrano.

O projeto que volta à pauta doSenado nessa legislatura de 2011, sobretudo, mediante a força dos evangélicospentecostais e, especialmente, neo pentecostais nas eleições gerais de 2010 emque quase triplicou a bancada no Congresso, visa beneficiar indiretamentepastores e bispos da IURD.

Vale ressaltar que os dirigentes nacionaise internacionais da IURD foram ordenados a conclamarem os fiéis como umadeterminação divina a votarem na então candidata Dilma Rousseff,sendo,portanto, decisivos os votos desses crentes nas eleições do segundo turnoque sufragou nas urnas a atual presidenta do Brasil.              

Como de práxis em todo e qualquerprojeto que visa regulamentar uma nova profissão, este tem que reconhecer os/asque à época da aprovação da Lei já vinha à ocupação durante certo tempo. Assim,portanto, projeto do Bispo Crivella, no art. 1º, inciso III preceitua que o exercícioda profissão de teólogos é assegurado “aos que, à data da publicação desta Lei,embora não diplomados nos termos dos incisos anteriores, venham exercendoefetivamente, há mais de cinco anos, a atividade de Teólogo, na forma econdições que dispuser o regulamento da presente lei”.

A ATRAI (Associação Nacional deTeólogos e Teólogas da Religião de Matriz Africana e Indígena) e a EGBÉ ÒRUNÁIYÉ (Associação Afro-Brasileira de Estudos Teológicos e Filosóficos dasCulturas Negras) conscientes de que a profissão ou o reconhecimento comoteólogo e teólogo não será concedida a analfabetos ou a quem não possua omínimo de formação epistemológica acerca da teologia da tradição religiosa quepratica, está oferecendo em todo o país,curso de aperfeiçoamento que visapreparar dirigentes de Terreiros de Matriz Africana e Afro-Brasileira parafazer jus ao título de teólogos e teólogas afros.

Assim, portanto, o curso deCapacitação Afrodescendente de Visão de Mundo, Teológica e Filosófica daReligião de Matriz Africana e Afro-Indígena, que será ofertado em todo o Brasile na modalidade semipresencial,terá uma carga horária de 300 horas de estudos,destinado adeptos/as que possuem pelo menos o segundo grau completo ouequivalente.  O curso será coordenado eministrado pelo Prof. Jayro Pereira – Teólogo da Religião de Matriz Africana eAfro-Brasileira (Mestre e Bacharel em Teologia, Licenciado em CiênciasReligiosas, etc.), cabendo a certificado do curso às Faculdades IntegradasEspírita, Curitiba, PE e/ou FACINTE – Faculdade Internacional de Curitiba. Oscursos para as suas realizações estão sujeitos à formação de turma.   

Informações e inscrições:http://atraibr.org/    e-mail:teologiafro@yahoo.com.br

Fones  Recife/ PE - (81) 9133-4473 / 8107-4811/9967-1418 e 8609-3796 – Porto Alegre / RS - (51) 33333-9736 / 3333-9224/9986-9719

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Benedicto, o primeiro embaixador negro do Brasil

O primeiro embaixador negro do Brasil chama-se Benedicto Fonseca Filho.
A reportagem do Blog da Unegro do Distrito Federal já solicitou uma entrevista com ele e aguarda o agendamento.
Por enquanto, fiquem com o depoimento dele à Folha de S.Paulo:

BENEDICTO FONSECA FILHO, 47: MINHA HISTÓRIA

Depoimento a JULIANA ROCHA, DE BRASÍLIA, na Folha, via Luis Nassif

Meu pai foi agente de portaria, um contínuo (…) O preconceito nunca se apresenta claramente. No campo das relações humanas, você nota reação positiva ou negativa (…) É preciso que haja ações afirmativas (…) Eu não me beneficiei de nenhuma política. Na minha época, isso não havia.

Filho de um contínuo, Benedicto Fonseca Filho, 47, foi promovido em dezembro a embaixador, o primeiro negro de carreira. E o mais jovem. Passou por Buenos Aires, Tel Aviv e Nova York. Vai chefiar o departamento de Ciência e Tecnologia. Ele declara orgulho de ser negro e filho de pais humildes que o educaram para chegar ao topo na casa mais aristocrática do país.
Nasci no Rio, em 1963. Mudei para Brasília em 1970 porque meu pai veio ser funcionário do Itamaraty. Ele foi agente de portaria, que é um contínuo.
Quando eu tinha nove anos, toda a família foi para a [antiga] Tchecoslováquia [no leste europeu], quando meu pai foi removido para Praga por três anos.
Naquele tempo, todos os funcionários das embaixadas eram de carreira. Hoje, esses são terceirizados.
Foi essa experiência internacional que me despertou o interesse pelo Itamaraty. Talvez por ter estudado em escolas internacionais, na escola francesa e na americana.
Meu pai e minha mãe, na sua humildade, nunca pouparam esforços para nos proporcionar as melhores condições de estudo.
Hoje, meu pai tem 84 anos, já é aposentado há 14. Minha maior satisfação foi eu ser promovido com ele ainda vivo. Ele ficou tão ou mais contente do que eu.
Fiz o concurso [do Itamaraty] em 1985 e entrei de primeira, aos 22 anos. Quando saiu a lista dos aprovados, um jornal de Brasília fez uma matéria que dizia: “Mulher e negro passam em primeiro lugar no Rio Branco”. A mulher foi o primeiro lugar e eu, o segundo.
Vinte e cinco anos depois, uma mulher passar em primeiro lugar já não causa tanto espanto. Naquela época, tinha só uma mulher embaixadora.
Hoje, são várias mulheres embaixadoras, acho que 20, ocupando postos importantes. Talvez chame muito mais atenção quando um negro ascende na carreira do que uma mulher.
Em relação à diversidade racial já avançamos muito, mas ainda temos muito que avançar. Houve um olhar para essa questão na gestão do ministro Celso Amorim.
PRECONCEITO
O preconceito nunca se apresenta claramente. No campo das relações humanas, você nota reação positiva ou negativa das pessoas.
Mas seria leviano dizer que eu experimentei uma situação que pudesse identificar como preconceito [no Itamaraty]. Nunca houve.
Me lembro de um caso [de reação positiva]. A primeira vez que fui à ONU em 2004, um colega do Caribe me chamou no canto para dizer que pela primeira vez via um diplomata negro na delegação brasileira.
Ele enfatizou: “It’s the first time ever, ever. We are proud” [É a primeira vez. Estamos orgulhosos].
Eu faço um paralelo com os EUA, que tiveram um sistema de cotas importante para criar uma classe média negra que se autossustenta, que agora pode seguir em frente sem a necessidade de políticas diferenciadas.
No Brasil, as cotas das universidades vão produzir uma diversidade salutar.
COTAS NO ITAMARATY
É preciso haver políticas de ação afirmativa. No ministério, damos bolsas para proporcionar condições financeiras adequadas para que os afrodescendentes se preparem, o que tem tido um resultado muito positivo.
O objetivo é dar condições para pessoas que têm talento. Algumas vezes é visto como se estivessem recebendo um privilégio. Temos o cuidado de preservar as condições de preparação.
Eu não me beneficiei de nenhuma política. Na época, não havia. Mas olhando retrospectivamente, creio que me beneficiei de certas circunstâncias.
Tive oportunidades que raramente os negros têm. Morei no exterior, estudei idiomas com a ajuda do Itamaraty, porque ajudavam nos estudos dos filhos dos funcionários.
Os críticos das cotas têm uma contribuição que não é irrelevante. Eles dizem que, cientificamente, não há raças, não há diferenças entre brancos e negros.
É uma desmistificação para quem acha que há diferenças intrínsecas. Mas há uma falha no argumento. Do ponto de vista humano e das relações sociais, existem diferenças.
Basta ver os índices sociais, condições de saúde e de moradia para ver que existe um problema. Isso não é tratado de maneira séria e aprofundada [pelos críticos].
Nosso país tem muitos passivos. A preocupação social e racial tem que andar lado a lado. Ou deixamos as coisas acontecerem, ou tentamos uma intervenção. O assunto não pode ser jogado para debaixo do tapete.
ÁFRICA
Nos últimos anos, houve uma preocupação de diversificar as relações externas, ter um olhar novo não só em relação à África. Resgatar elementos de nossa identidade, cultura e sociedade.
Mas também avançamos na área comercial, levando em conta nosso interesse econômico. Tenho orgulho de ser negro. Faz parte da minha identidade. E de ser brasileiro. Mais do que isso, tenho orgulho de ser filho dos meus pais.
Da Folha:
RIO BRANCO
PROCESSO DE ADMISSÃO TERÁ COTAS
O Itamaraty anunciou na semana passada que, a partir de março deste ano, haverá cotas para negros no concurso de admissão da carreira diplomática. O Instituto Rio Branco, responsável pelo processo, é o primeiro órgão público federal a usar cotas raciais.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

PT e PC do B monopolizam estrutura da Seppir

Da Afropress

Brasília - A quase totalidade dos cargos da estrutura da SEPPIR é atualmente ocupada por lideranças negras do PT e do PC do B, com predominância quase absoluta do primeiro. O PC do B dirige apenas a Secretaria de Comunidades Tradicionais ocupada por Alexandro Reis, e uma Assessoria Parlamentar, ocupada pelo ex-deputado paulista Benedito Cintra. Clique aqui para ler a matéria completa.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO vs. LIBERDADE DE IMPRENSA

Ano novo, velha batalha

Professor Venício A. de Lima analisa as contradições da grande imprensa ao clamar por liberdade de expressão e não respeitar esse princípio previsto na Constituição Brasileira e em outros estatutos internacionais. Clique aqui para ler o artigo.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Em cerimônia emocionante e muito concorrida, Luiza Bairros toma posse na Seppir

A emoção marcou a transmissão do cargo na Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), na tarde desta segunda-feira (03.01), no Salão Negro do Ministério da Justiça, em Brasília. Elói Araújo, o antecessor, transmitiu o cargo à nova ministra, Luiz Bairros. A cerimônia teve a presença de centenas de pessoas, entre autoridades, entre deputados estaduais e federais, senadores, ex-ministros e ex-ministras, dirigentes de estatais, como a Petrobrás, e dirigentes do movimento negro, de mulheres, e diplomatas de vários países africanos, do Oriente Médio e da Ásia.

Na mesa estavam, além da ministra e do antecessor, estava o ex- ministro da Sepir, Edson Silva; o coordenador nacional da Unegro (União dos Negros pela Igualdade) e representante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), Edson França; e o governador da Bahia, Jacques Wagner, estado de origem da nova ministra. Ela é gaúcha, mas morou, trabalho e estudou desde 1979 em Salvador.

A Unegro se fez presente com destaque. Além de Edson França, coordenador nacional, estava o coordenador da Unegro do Distrito Federal, Sérgio Pedro, outros membros da coordenação e dezenas de militantes.

Confira ao lado e acima as fotos da transmissão do cargos.


E confira abaixo matéria da EBC sobre o evento, com destaque ao discurso da nova ministra:

Nova ministra defende potencialização de ações que consolidem cidadania negra
Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A nova ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Helena de Bairros, afirmou hoje (3) que é preciso potencializar as ações governamentais para consolidar a cidadania negra. Ao receber o cargo de Eloi Ferreira, ela afirmou que as áreas de educação, saúde e segurança são as prioridades da pasta.

"As taxas de homicídio entre os jovens negros têm crescido de forma assustadora", disse a ministra, lembrando que a presidenta Dilma Rousseff "recomendou expressamente" que se iniciasse um processo de diálogo com o Ministério da Justiça. "Qualquer coisa que seja um obstáculo para a sociedade deve ser uma preocupação para o governo”, afirmou

Para Luiza de Bairros, um dos grandes desafios da Secretaria de Promoção de Políticas da Igualdade Racial (Seppir) será incluir as demandas de grupos minoritários, como índios, ciganos, judeus e palestinos. “Os primeiros passos da Seppir serão no sentido de provocar os ministérios a apresentarem uma coisa muito especial para marcar este ano. Queremos que cada ministério apresente uma ação emblemática de impacto que vai marcar os passos deste ministério para os próximos quatro anos.”

A ministra elogiou o Estatuto da Igualdade Racial, aprovado no ano passado e a iniciativa do Ministério das Relações Exteriores de reservar 30% das vagas para os candidatos à carreira diplomática. Segundo ela, isso representa um avanço em relação ao estatuto. “As cotas são sempre um instrumento possível dentro de um leque de ações afirmativas que têm sido adotadas pelo governo. A cota é um instrumento, não a política afirmativa, como um todo. Esse sistema tem se mostrado eficiente para combater a exclusão.”

Para Luiza de Bairros, a Seppir terá um grande desafio em relação à gestão. Ela disse que é preciso dotar a secretaria de uma estrutura material e de pessoal mais compatível com sua tarefa, que é de participar "com bastante firmeza da  meta de erradicação da pobreza no Brasil”.

Luiza Bairros será empossada como nova ministra da Igualdade Racial

Nesta segunda-feira, 3 de janeiro, às 14 horas, a socióloga Luiza Helena de Bairros assumirá o cargo de Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). A solenidade de transmissão de cargo pelo ministro Eloi Ferreira de Araujo, atual titular da pasta, à Luiza Bairros acontecerá no Salão Negro do Ministério da Justiça, na Esplanada do Ministério Bloco T.

A nova ministra da Igualdade Racial está entre as nove mulheres que vão compor o primeiro escalão do governo Dilma Rousseff. E para assumir a SEPPIR, Luiza Helena Bairros se desincompatibilizou de suas funções como Secretária da Igualdade Racial da Bahia (SEPROMI), exercidas de 2008 a 2010.

Luiza nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Durante a vida escolar, começou a se envolver com questões raciais, mostrando-se, já nesta época, interessada na militância estudantil. Desde então, passaria a
conjugar atuação política com interesses acadêmicos, o que lhe credencia, hoje, como uma das principais lideranças do Movimento Negro no Brasil, e lhe fez conquistar os títulos de Bacharel em Administração Pública e Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mestre em Ciências
Sociais pela Universidade Federal da Bahia e Doutora em Sociologia pela Michigan State University.

Luíza Bairros está radicada na Bahia desde 1979, para onde se mudou depois de conhecer o Movimento Negro Unificado daquele estado. Foi lá que a socióloga deu início a sua trajetória de luta em defesa das questões negras no Brasil. Entre as muitas contribuições políticas e profissionais dadas pela futura dirigente da SEPPIR, pode-se destacar o exercício do magistério na Universidade Católica de Salvador e na Universidade Federal da Bahia, a coordenação de pesquisa realizada no “Projeto Raça e Democracia nas Américas: Brasil e Estados Unidos”, além da participação em diversos projetos e ações de
combate ao racismo e à discriminação racial e em prol da promoção da igualdade
racial.

Em seu currículo, destaca-se, ainda, a atuação no Programa das Nações Unidas de Combate ao Racismo Institucional (2003), assim como o trabalho realizado, entre 2003 e 2005, no Ministério do Governo Britânico para o Desenvolvimento Internacional (DFID) voltado para a pré-implementação do
Programa de Combate ao Racismo Institucional nos Estados de Pernambuco e Bahia, entre várias outras atividades.

Já confirmaram presença na cerimônia de transmissão do cargo no Salão Negro do Ministério da Justiça, o governador do Estado da Bahia, Jacques Wagner; Ministra da Secretaria de Políticas de Mulheres, Nilcéa Freire; Secretário de Estado de Cultura da Bahia, Márcio Meirelles, presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo; Presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, Secretária da Casa Civil do Governo do Estado da Bahia, Drª Eva Maria; Representante da ONU Mulheres no Brasil e Cone Sul, Rebecca Reichmann; Deputado Paulo Rocha (PT/Pará), Deputada Janete Pietá (PT/São Paulo), entre outras personalidades.

Mais informações na Assessoria de Comunicação da SEPPIR
Telefones: (61)3411-3696/ 3659/3699.

ONU proclama 2011 como Ano Internacional para Afro-Descendentes

As Nações Unidas lançaram, nesta sexta-feira em Nova Iorque, o Ano Internacional para Descendentes de Africanos.

Em mensagem à Assembleia-Geral, Ban Ki-moon diz que o evento pretende reforçar o compromisso político para erradicar a discriminação.

As Nações Unidas lançaram, nesta sexta-feira em Nova York, o Ano Internacional para Descendentes de Africanos.

Erradicar a discriminação

Num discurso, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon explicou o objetivo do evento, que será marcado em 2011.

Diversidade
Segundo ele, o Ano Internacional tentará fortalecer o compromisso político de erradicar a discriminação a descendentes de africanos. A iniciativa também quer promover o respeito à diversidade e herança culturais.

Numa entrevista à Rádio ONU, de Cabo Verde, antes do lançamento, o historiador guineense Leopoldo Amado, falou sobre a importância de se conhecer as origens africanas ao comentar o trabalho feito com quilombolas no Brasil.

Dimensão

"Esses novos quilombolas têm efetivamente o objetivo primordial de fortalecer linhas de contato. No fundo restituir-se. Restituir linhas de contatos, restituir aquilo que foi de alguma forma quebrada, aquilo que foi de alguma forma confiscada dos africanos, que é a possibilidade de reestabelecer a ligação natural entre aqueles que residem em África, que continuam a residir em África e a dimensão diaspórica deste mesmo resgate. A dimensão diaspórica da África é efetivamente larga e grande", disse.

Ban lembrou que pessoas de origem africana estão entre as que mais sofrem com o racismo, além de ter negados seus direitos básicos à saúde de qualidade e educação.

Declaração de Durban

A comunidade internacional já afirmou que o tráfico transatlântico de escravos foi uma tragédia apavorante não apenas por causa das barbáries cometidas, mas pelo desrespeito à humanidade.

O Secretário-Geral finalizou a mensagem sobre o Ano Internacional para os Descendentes de Africanos, lembrando a Declaração de Durban e o Programa de Ação que pede a governos para assegurar a integração total de afro-descedentes em todos os aspectos da sociedade.

FONTE: Site da ONU
Apresentação: Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.