sábado, 5 de fevereiro de 2011

Itamaraty abre 26 vagas para diplomata e contará com política de cotas

O Instituto Rio Branco lançou ontem edital com 26 vagas para a carreira de diplomata, que exige curso superior em qualquer área de conhecimento. Com salário inicial de R$ 12.962,12, a seleção traz uma novidade polêmica: pela primeira vez, valerá a política de cotas para negros do Itamaraty. Candidatos que se declararem afrodescendentes terão reservadas, somente na primeira fase do concurso, 30 vagas — eles serão convocados além dos 300 aprovados nessa etapa.
Organizado pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB), o certame receberá inscrições até 22 de fevereiro. Os interessados poderão se cadastrar por meio da página na internet www.cespe.unb.br/concursos/diplomacia2011. Do total de oportunidades, duas ainda constituem a cota reservada aos portadores de deficiência.
A carreira de diplomata tem atraído cada vez mais jovens interessados em uma vida dinâmica, de viagens ao exterior e contato diário com culturas diferentes. Desta vez, porém, a concorrência será mais acirrada, pois o número de chances é bem inferior à média de 107 aprovados nos últimos 5 concursos realizados pelo Rio Branco. No ano passado, 8.869 pessoas se candidataram a 108 oportunidades, uma média de 82,12 candidatos por vaga.

Ingressar na carreira não é tarefa fácil. Os candidatos passam por quatro etapas de seleção. A primeira é a prova objetiva, com questões de português, história do Brasil, história mundial, geografia, política internacional, inglês, noções de economia e de direito, e direito internacional público. Na segunda fase, eles fazem uma avaliação escrita de português. Na terceira, voltam a responder a questões da primeira. O quarto estágio, por sua vez, inclui provas escritas de espanhol e francês. A primeira prova está marcada para 10 de abril.
Bolsa Prêmio 
A portaria que garantiu a reserva aos afrodescendentes foi assinada em dezembro. Para o Itamaraty, a medida está “em consonância” com o previsto pelo Estatuto da Igualdade Racial, sancionado em julho do ano passado pelo então presidente Lula, depois de tramitar por 10 anos no Congresso Nacional. Até então, o programa de ação afirmativa no ministério limitava-se à chamada “Bolsa Prêmio de Vocação para a Diplomacia”, lançada em março de 2002, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso.
De lá para cá, 309 benefícios de R$ 25 mil anuais foram concedidos a 198 bolsistas para o pagamento de cursos preparatórios ou a professores particulares, para compra de livros e material de estudo. Do total de contemplados pelo projeto, 16 foram aprovados no concurso.

Rose de Freitas preside primeira sessão da legislatura; parlamentares destacam ‘fato histórico’

A primeira sessão ordinária do Plenário nesta legislatura, realizada na quinta-feira (3), foi presidida pela 1ª vice-presidente da Câmara, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), o que motivou elogios de diversos deputados que se revezaram na tribuna para ressaltar o fato. Primeira mulher a ocupar como titular um cargo na Mesa Diretora, Rose de Freitas considerou sua eleição “uma vitória histórica de todas as brasileiras”.
Miro Teixeira (PDT-RJ) disse que não poderia deixar de registrar o “relevante momento” da primeira sessão da 54ª legislatura da República ser presidida por uma mulher. “Hoje não temos apenas a abertura da sessão legislativa, mas o começo de um novo tempo”, disse o deputado.

Falando pela liderança do PSB, Luiza Erundina (SP) classificou de “um feito extraordinário” a eleição de Rose de Freitas e lembrou que isso é o resultado de uma importante luta não só das bancadas femininas da Câmara, nas sucessivas legislaturas, mas também “do apoio, do prestígio e da liderança” dos movimentos de mulheres e dos movimentos feministas que há décadas lutam pela maior participação feminina na esferas de poder.

Perpétua Almeida (PCdoB-AC) lembrou que, como 1ª vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas passa a ser também a 1ª vice-presidente do Congresso Nacional. “Abre-se um novo tempo, um novo momento de oportunidade para as mulheres”, afirmou a deputada, que lamentou, por outro lado, a redução da bancada feminina na Câmara. Não tenho dúvida de que Vossa Excelência, na Mesa desta Casa, vai abrir novas oportunidades, novos espaços para que possamos fazer crescer as novas bancadas de mulheres nos próximos pleitos”, avaliou.